O estado do Amapá através da Unicap (União dos Capoeiristas do Amapá, teve o privilégio de ser a primeira capital do país a receber a ilustre presença de Mestre Deputado, discípulo de Mestre Bimba o criador da capoeira Regional para o lançamento livro: Dossiê Mestre Bimba e Mestre Osvaldo.
Mestre Deputado que tem uma enorme contribuição para preservação
das tradições da Capoeira Regional tanto no Brasil quando no exterior. Autor
de vários livros sobre a capoeira, Mestre Deputado também se dedica a propagar
a Capoeira pelo mundo através de palestras e vivências e não foi diferente na
capital do Amapá.
A abertura do evento dia dia 14 de fevereiro foi no conselho Estadual
de Cultura do Amapá, que recebeu dezenas de mestres, contra mestres,
professores, monitores e simpatizantes da arte da capoeira, participaram da
mesa os seguintes convidados: Mestre Deputado (autor da obra); Mestre Grilo (Conselho de
Mestres da Unicap); Dona Maria Pantoja (Presidente da Unicap); José Pastana
(Diretor da Biblioteca Pública Elcyr Lacerda); Daniel de Rocha (Conselho Estadual
de Cultura); Jefferson Passarinho (Improir/Prefeitura de Macapá); Jeniffer
Margarida (Seafro).
Após as falas dos membros do dispositivo
da mesa, onde foi unânime os agradecimentos aos esforços da diretoria da Unicap
por proporcionar a vinda do ilustre mestre, o dispositivo foi desfeito e o
Mestre Deputado então iniciou sua palestra.
Durante sua apresentação Mestre
Deputado, fez um resgate histórico da trajetória que a capoeira passou dos
tempos de quando iniciou seus treinos até os dias de hoje. a atenção era total
durante as falas e experiências relatadas pelo mestre que destacou:
“A capoeira hoje está em 192 países, com mais de 8 milhões de praticantes”...
“ A capoeira é a maior universidade da língua
portuguesa fora do Brasil”...
“ Para o capoeirista o Berimbau é o
maior representante da cultura brasileira”...
“ Os males tem uma importância suma
dentro do mosaico da cultura afro descendente”..
“ Primeiro veio a capoeira de rua,
depois a capoeira primitiva, terceiro a capoeira regional, a quarta a primitiva passa a ser denominada de
capoeira angola e agora a capoeira “moderna” contemporânea, mas não é um estilo
de capoeira e sim uma maneira de jogar.”
“N década de 30 e 40 veio essa nova
charanga da capoeira, com 3 berimbaus, atabaque, pandeiro e tal”...
“ Todas as cantigas, todos os versos da
capoeira vem da confrarias, das ancestralidades, por isso a importância do
capoeira estudar”...
“Uma vez um mestre me disse que a
capoeira de BIMBA está ultrapassada, daí eu pedi pra ele que tirasse então o
martelo, o aú, a queixada, a armada do jogo dele e me mostrasse o que era a
capoeira dele...daí ele virou e foi embora”...
Logo após o termino da palestra ocorreu o tão esperado lançamento
do livro: Dossiê Mestre Bimba e Mestre Osvaldo obra que levou segundo o mestre
Deputado nada mais de 45 anos para ser finalizada.
Já no segundo dia, as atividades foram
desenvolvidas na sede da Unicap, Rua Ataíde Teive, 1091, bairro do Trem com
início as 09h da manhã, o Mestre Deputado, ladeado dos Mestres Grilo, Bimbinha,
Davi e Koringa iniciou a aula com uma roda de conversa, destavando a importância
do papel da Escola de Capoeira na vida dos alunos, pois hoje existe uma
mercantilização da capoeira, e nsesse processo os alunos se distanciam e pouco
se ouvem os seus mestres, como se ser Mestre fosse “contagioso”. Mestre
Deputado sem seguida fez uma detalhada fala sobre musicalidade, sobre as tradições
que Mestre Bimba deixou pra seus discípulos e pra capoeira.
O mestre abriu as perguntas aos
participantes e respondeu de tudo um pouco, desde os símbolos da regional, aos
toques e seus significados, o uso do branco na capoeira entre outros assuntos
relacionados a capoeira. Terminado essa introdução o mestre fez o chamado para que
todos fizessem um aquecimento e iniciou sua aula prática. Vários movimentos
foram feitos, assim como tirada as dúvidas sobre algumas sequencias de Mestre
Bimba, em seguida o mestre agradeceu a participação de todos pela manhã e encerrou
a aula pratica para o lenço azul.
Texto: Jefferson Passarinho
Professor Raízes do Brasil – Amapá
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