Mesmo com quase um ano dessa discussão, vale a pena rever essa matéria!
Audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) revelou divergências em relação a projeto que reconhece a prática da capoeira como profissão e o capoeirista como atleta profissional. Para a maioria dos convidados, a proposta (PLC 31/2009) reduz uma prática cultural complexa a um esporte e impõe um modelo de organização que pode trazer a exclusão de mestres formados na tradição, por reconhecimento dos praticantes.
Segundo eles, a regulamentação só será legítima se reconhecer a
capoeira como atividade multidimensional — luta, dança e arte — e fator
de socialização, criação de identidade e transmissão de memória
ancestral. O debate foi sugerido por Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Lídice
da Mata (PSB-BA). A senadora é a relatora do projeto na CE.
Pelo sistema sugerido pelo projeto, todos os mestres de capoeira
deverão ser filiados e homologados por um conselho, criticou o educador
Reginaldo Costa, conhecido como mestre Squisito. Para Hélio Tabosa, a
principal desconfiança é quanto aos recursos que o PLC 31/2009 destina à
atividade (o equivalente a 2% da arrecadação das loterias) e que tendem
a ser atribuídos à atual federação.
— Essa instituição passa a ser a única a ter direito a esses recursos — afirmou.
A diretora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan), Célia Corsino, explicou que, com o reconhecimento da capoeira
como patrimônio cultural imaterial do Brasil, em 2008, a roda de
capoeira e o ofício de mestre foram inscritos no Registro dos Saberes. O
Iphan participa de comitê pelo reconhecimento da roda, pela Unesco,
como bem imaterial da humanidade.
Já o presidente da Confederação Brasileira de Capoeira (CBC),
Gersonilto Heleno, considera que a institucionalização da profissão
poderá solucionar o problema da proteção previdenciária, afastar falsos
mestres de capoeira e fortalecer os campeonatos e a criação de ranking
nacional para a concessão da bolsa-esporte aos capoeiristas.
Fonte: http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2014/05/08/projeto-que-reconhece-capoeira-como-profissao-e-questionado
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