quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

A CRIANÇA E A CAPOEIRA


A criança se identifica com a capoeira de uma forma muito espontânea, podemos perceber como gestos do cotidiano mostram bem que eles são capoeiristas desde a tenra idade, por exemplo, no processo de maturação mesmo, onde através do cruzar entre membros superiores e inferiores no engatinhar e andar, assim como na própria ginga! Nos rolamentos, esquivas de objetos, ou mesmo se colocar por baixo de mesas ou obstáculos que poderiam ser pernas meia-luas (chute giratório com apoio das mãos no solo).
Percebemos na educação infantil, se o profissional tiver uma metodologia adequada, compreendendo a carência de concentração, e objetivando principalmente o esquema corporal, terá êxito. Já no ensino fundamental, pode se exigir mais devido à idade, mas lembrando sempre o poder cooperativo que a capoeira oferece, restringindo o contato físico em de repente apenas se limitar em abraços e apertos de mãos. Enfatizando a cooperatividade da capoeira, sua história de conquistas, onde sempre os escravos deram as mãos, fundaram quilombos, comunidades com ideais de liberdade e igualdade, e os precursores que difundiram estilos e metodologias para que a arte hoje estivesse inclusive nas escolas, sendo uma ferramenta poderosa para a formação corporal e do caráter de crianças.

Benefícios como lateralidade, coordenação motora fina, grossa, dinâmica, ritmo, noções de equilíbrio, força e flexibilidade são aplicadas naturalmente com os movimentos e a musicalidade que a capoeira envolve, hoje em dia devido à tecnologia e a comodidade em que o cotidiano infantil exige, onde a criança vive em seu quarto, e através de controles remotos de tv, dvd, videogames, e seu computador, ocupam seu tempo assim, sem se quer se levantar, e não desenvolve seu tônus(resistência), dificultando suas funções motoras, aumentando a obesidade. Na contra mão, as crianças residentes em bairros mais carentes, tem a coordenação e seu tônus bem desenvolvidos, porém correm sérios riscos se tiverem ensinamentos da eficácia de golpes com o contato físico, e uma formação do educador errônea, possibilitando a eles uma fora de "luta"e não de "esporte", pra que a capoeira pudesse ser um meio de violência, o que não podemos permitir, proporcionando a nossos educandos os valores humanos e revigorar a postura do

Mestre, ou Educador, responsável e um exemplo-espelho a eles. Uma referência, que em muitas ocasiões eles não possuem.

Márcio R. dos Santos
Pós Graduado em Treinamento Desportivo e Individualizado.

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